palavras são como tijolos de uma casa,
sei que há aquelas feitas de concreto puro, modernas.
há as de madeira, um pouco mais vintage.
mas as minhas palavras são tijolos.
assim, de barro, moldáveis, hora quentes, hora duras, às vezes quebráveis, mas sempre tijolos.
sólidas e duras, as unidades abandonadas delas servem para muita coisa: constroem muros, usam para brincar e, inclusive, para agredir.
os cacos das minhas palavras-tijolos desenham outras histórias, outras palavras.
minhas palavras-tijolos juntas construíram o que eu sou, me tornaram a casa-eu.
me sustentam e eu a elas.
sopram, sopram.
mas sou sólida.